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Seen Lisboa

Seen Lisboa
Inspirado no clássico romance O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, o restaurante Seen Lisboa foi projetado pelo escritório Sidney Quintela Architecture + Urban Planning, no 9º andar do Hotel Tivoli de Lisboa Foto/Imagem:Fernando Guerra

Art. Déco e Fitzgerald

Texto: Naíza Ximenes

Inspirado no clássico romance O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, o restaurante Seen Lisboa ganhou destaque em Portugal por sua culinária singular. Projetado pelo escritório Sidney Quintela Architecture + Urban Planning, o espaço fica no 9º andar do Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade — umas das principais vias da capital portuguesa — e promete uma experiência inovadora aos visitantes.

O Seen Lisboa ficou conhecido por vários aspectos: desde a fusão entre as culinárias portuguesa e brasileira, até a vista estonteante do rooftop ao anoitecer. Inaugurado em 2018, o restaurante faz parte da lista de empreendimentos do chef e empresário Olivier da Costa — que inclui o Seen de São Paulo, no topo do Tivoli Mofarrej.

A unidade brasileira foi a pioneira na rede e incorporou muitos elementos da estética Art Déco de 1930 ao projeto, ano em que o hotel foi inaugurado no Brasil. O sucesso foi tanto que o restaurante expandiu para países como Portugal, Tailândia, França e Itália, seguindo a mesma proposta do projeto original.

Seen, em Lisboa

Em Portugal, o arquiteto Sidney Quintela criou uma unidade que segue a mesma proposta do irmão brasileiro, mas sem deixar de homenagear as particularidades da versão europeia. O Seen Lisboa ganhou o tradicional bar central em 360° na entrada, sofá em veludo verde e mesas em mármore, além dos materiais nobres e característicos da época, como a madeira, o latão e os tecidos com padrões únicos.

A inovação ficou por conta da biofilia e do espaço pensado para o rooftop, incorporados ao conceito. Mas como projetar um restaurante com inspiração em um livro?

A resposta é simples: a proposta do romance era retratar a era dos anos 1920 nos Estados Unidos, que, assim como o movimento artístico Art Déco, representa uma sociedade em transformação logo após a Primeira Guerra Mundial. Enquanto a arte critica as mudanças de valores culturais, a obra de Fitzgerald retrata a ascensão do consumismo e a tensão entre tradição e modernidade.

Não à toa, o movimento artístico Art Déco ficou conhecido pela exaltação do luxo e da utilização de materiais nobres, combinando nuances modernistas com o uso de formas geométricas, simetria, equilíbrio, elementos exóticos e glamour. Sem coincidência alguma, esse é o primeiro conceito visto ao entrar no Seen Lisboa.

Isso porque, passando pelas cortinas que marcam a entrada do restaurante, o bar em 360° representa o primeiro ponto focal para o visitante. Ele foi ornamentado com uma estrutura metálica iluminada e em tons de dourado, que repete um padrão semicircular em toda a meia parede. Sobre ela, grandes pedras de mármore branco formam a bancada. Toda a estrutura é rodeada por banquetas com assentos em veludo verde.

Ainda no bar, há um outro destaque: a grande árvore ao centro, com uma copa que preenche todo o teto do espaço. As folhas são tão densas que a iluminação teve de ser instalada através de finos condutores, encaixadas nos pequenos espaços que sobraram. Em ambas as laterais do bar, há mesas e cadeiras encostadas nas paredes e separadas por outros vasos de plantas, em mais uma aplicação da biofilia como elemento decorativo.

Seguindo o eixo central formado pelo bar, o restaurante se abre para um grande salão, voltado para uma experiência mais intimista e duradoura. Ao centro, fica o conjunto sinuoso de sofás, também em veludo verde. Em cada curva, fica uma mesa rodeada por outras duas cadeiras.

Salão de um restaurante com um sofá de veludo verde em formato sinuoso no meio. Nas laterais, sofás chesterfield no formato em U rodeiam as mesas. Ao fundo, janelas de vidro permitem a iluminação natural do espaço. No canto esquerdo, há um piano, e, no direito, um balcão de mármore brancoAs mesas ficam entre as curvas do sofá


Nas laterais do salão, por sua vez, as mesas foram pensadas para uma quantidade maior de convidados. Elas são formadas por um sofá chesterfield em couro marrom e no formato de “U”, que abraça o espaço no centro.

Ao se aproximar da outra extremidade do salão, o foco deixa de ser a experiência intimista para dar espaço à espontaneidade do segundo balcão, o Sushi Bar. Apesar de ter a mesma decoração do bar principal, esta área é marcada por bistrôs, um piano e uma bela vista da cidade de Lisboa e do rio Tejo através dos panos de vidro.

O rooftop

Por fim, outro grande diferencial do Seen Lisboa é o amplo espaço ao ar livre, no rooftop acessado pelas escadas no canto oposto ao do Sushi Bar. O conceito segue o mesmo: sofás verdes — mas, ao invés de veludo, com um material resistente às intempéries, já que ficam ao ar livre — e mesas brancas ao centro. O deck de madeira e o guarda-corpo de vidro complementam o espaço.

Vale ressaltar que, em todos os ambientes do restaurante, o espaço entre as mesas foi estrategicamente ampliado para proporcionar maior liberdade de interação.

Por ficar em um ponto alto da cidade, a ventilação natural do restaurante ultrapassaria a necessária para o conforto térmico dos clientes, fazendo com que a equipe de arquitetos apostasse na climatização artificial total do restaurante.

Confira outros projetos de Sidney Quintela Architecture + Urban Planning:

Escritório

Sidney Quintela Architecture + Urban Planning20 projeto(s)

Local: LI, Portugal
Início do projeto: 2018
Conclusão da obra: 2018
Área construída: 390

Tipologia:
Comercial

Materiais predominantes:

Diferenciais técnicos:

Ambientes e Aplicações:

Slideshow Desenhos e plantas

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