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Casa dos Tijolos Brancos

Casa dos Tijolos Brancos
Em Brasília, no Distrito Federal, o escritório Bloco Arquitetos projetou a Casa dos Tijolos Brancos — uma residência marcada pelo conceito modernista no design da fachada Foto/Imagem:Joana França

Artesanato em larga escala

Texto: Naíza Ximenes

Fruto de um processo artesanal, a Casa dos Tijolos Brancos foi projetada pelo escritório Bloco Arquitetos. Sua execução contou com habilidosos pedreiros-artesãos de Brasília (DF), onde está situada. Abraçando um conceito vernacular, a fachada da morada foi inteiramente construída com tijolos brancos com diferentes graus de abertura, que conferem uma aparência modernista à obra.

A casa fica em um terreno de esquina de 1.800 metros quadrados e tem o processo de construção da fachada em tijolos como um de seus grandes destaques. Como o ditado bem diz, "a pressa é inimiga da perfeição", e a concepção arquitetônica reflete essa filosofia, já que o método construtivo da estrutura requer um processo complexo, lento e preciso de assentamento dos blocos maciços.

Seguindo as especificidades da equipe de arquitetos, os pedreiros construíram duas fachadas principais, de frente para as duas ruas do lote — uma bem extensa e outra menor. Em ambas as faces, a disposição dos tijolos (que foram encomendados especificamente para essa obra e são ora vazados, ora opacos) cria um jogo de luz e sombra definido pela separação entre as peças, dando um aspecto de cobogó.

O conceito das fachadas também é marcado por um conjunto de atributos, responsável pela caracterização modernista do projeto (um movimento que rompeu com as tradições arquitetônicas do passado e introduziu uma abordagem radicalmente nova para a concepção de edifícios). O uso do branco como cor predominante, a simplicidade do conceito, o minimalismo e a horizontalidade são alguns deles.

Funcionalismo e horizontalidade

Há entradas para pedestres em ambas as fachadas da Casa dos Tijolos Brancos, nas reentrâncias do projeto. Na face de menor extensão, o acesso se dá por uma passarela que separa a parede em dois blocos. À esquerda, a parede de tijolos é bem espaçada, e, à direita, completamente unificada, proporcionando maior privacidade ao interior.

Na face mais extensa, por sua vez, há um outro acesso para pedestres, que acontece por uma rampa levemente elevada em relação ao solo. A estratégia nivela toda a construção em um único pavimento, já que o terreno tem um leve declive. Novamente, a fachada é separada em uma porção com tijolos espaçados e outra com tijolos unificados.

Uma vez dentro da casa, a distribuição do programa de necessidades se revela da forma mais simples possível. Todas as áreas do projeto estão organizadas no perímetro do terreno, de forma que a vista para o espaço central (onde ficam a piscina e o jardim) seja compartilhada por todos os cômodos.

Entrando pela passarela, o morador se depara com a escada que leva ao terraço, com a piscina e o jardim ao fundo e com corredores em ambas as laterais, que levam aos outros ambientes da casa. Entrando pela rampa, por outro lado, o morador é conduzido à sala de estar, passando pelo corredor principal da morada, formado por duas paredes de tijolos brancos.

“O nível de visibilidade através dos tijolos reflete os diferentes níveis de privacidade para cada ambiente interno”, explica o escritório. “É uma ‘segunda fachada’, que tem a função de controlar a insolação direta e a ventilação natural cruzada.”

corredor formado por duas paredes próximas que tem várias aberturas, semelhante a um cobogó Corredor principal da Casa dos Tijolos Brancos”


A parte interna do corredor também ganhou portas de vidro de correr que completam as amenidades relacionadas à ventilação e ruídos sonoros. Na sala de estar, o branco do minimalismo no design é compensado pelo toque de cor no mobiliário — em especial, a Poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, e o tapete laranja no centro.

A área tem vãos nas duas laterais — uma para o corredor de tijolos e outra para o jardim e área de lazer — e é integrada à sala de jantar. Uma parede separa o ambiente social da despensa, à esquerda, conectada à cozinha. Do outro lado da sala de estar, fica a escada que leva ao terraço, seguida pela sala de TV e suítes. Todos os dormitórios ganharam portas de vidro de correr que transformam o espaço verde em uma grande varanda.

Vale ressaltar que, assim como na porção externa, todo o interior da casa é minimalista. A cozinha foi inteiramente projetada em tons de branco e cinza, tem poucos elementos visíveis e um toque sutil de cor, dado pela mesa e cadeiras em madeira. Isso também vale para os dormitórios, onde o revestimento escolhido para o piso consiste em um porcelanato cinza, bem como o mobiliário do espaço. Todos os cômodos ganharam grandes vãos, que permitem a entrada generosa de luz natural — inclusive o banheiro, com iluminação lateral e zenital.

“Os tijolos espaçados reinterpretam um dos mais relevantes objetos arquitetônicos de Brasília, o cobogó, tão importante para a ventilação e iluminação natural na arquitetura brasileira”, conclui a equipe de arquitetos.

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Escritório

BLOCO Arquitetos19 projeto(s)

Local: DF, Brasil
Início do projeto: 2021
Conclusão da obra: 2023
Área do terreno: 1800
Área construída: 600

Tipo de obra:
Residência
Tipologia:
Residencial

Materiais predominantes:

Diferenciais técnicos:

Slideshow Desenhos e plantas

Ficha Técnica

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