Perto do céu
Texto: Giullia Souza
Purezas distintas se encontram no conjunto conceitual da Casa Carpina, que, de acordo com o autor Edson Muniz, do NEBR Arquitetura, consiste em desfrutar da atmosfera envolvente mediante uma arquitetura sem excessos.
No cenário de paz dentro do município interiorano de Carpina (PE), a construção tira partido do corte longitudinal do sítio em declive e se apropria de seu perfil natural. Por dentro, o desenho da planta é dividido modularmente, acomodando um programa de necessidades em 240m² de área construída, distribuído em dois pavimentos.
Na tentativa de conectar arquitetonicamente com a paisagem da Zona da Mata Pernambucana, o layout é compacto e muitas vezes “ocupado” pelo vazio. E, de fato, os amplos caixilhos criam pontos-mirantes que confirmam a proposta.
Amplos caixilhos criam pontos-mirantes Foto: Manuel Sá A geometria linear, que é uma das grandes marcas do projeto, traz destaque para a articulação dos volumes díspares e brinca com diferentes possibilidades de formato dependendo da face ou ponto de vista a partir do qual se aprecia a morada campestre.
Em termos de materialidade, a Casa Carpina faz bom proveito de elementos convencionais. Nela, a imponência do concreto e a leveza do vidro se aliam e criam um jogo de luz e sombra que acontece dentro e fora.