Transformando conceitos em realidade
Texto: Naíza Ximenes
Depois de vencer o concurso nacional para a construção de um novo polo tecnológico da Perini Business Park, em 2018, o escritório de arquitetura Estúdio Módulo projetou o maior parque empresarial multissetorial da América Latina: o Ágora Hub, situado em Joinville (SC). O briefing exigia um projeto para uma área de 70 mil metros quadrados, preservando a mata nativa no entorno e criando o primeiro edifício-sede da Perini.
O Ágora Hub foi construído com uma velocidade surpreendente, entre agosto de 2018 e março de 2019. Os arquitetos abraçaram uma abordagem pragmática, utilizando materiais pré-fabricados comuns no mercado nacional — um enfoque que permitiu que o edifício se destacasse como uma obra de arte construída em tempo recorde.
O objetivo era criar um espaço único, onde a funcionalidade se funde com a estética, sem necessariamente utilizar materiais extravagantes. Pensando nisso, a equipe apostou em um grande galpão com um átrio central, integrando todas as atividades do edifício, repleto de passarelas transversais que conectam os blocos de atividades espalhados pela periferia.
A estratégia, além de assegurar a entrada generosa de luz natural no interior da construção, ainda garante uma fluidez espacial única.
Dinamismo espacial: um térreo de possibilidades
A estrutura primária do edifício é composta por peças pré-moldadas de concreto aparente, que foram produzidas pela própria empresa contratante. O coração do Ágora Hub é o espaço central, onde um pórtico iluminado dá boas-vindas aos colaboradores e recobre toda a estrutura da praça principal — uma alusão à ágora grega, que dá nome ao projeto.
Com proporções que lembram as grandes galerias do século 19, o ambiente atua tanto como uma praça, quanto como um local de interação e movimento contínuo.
O espaço central faz alusão à ágora grega — termo grego que significa “assembleia" e "lugar de reunião”, ou seja, a reunião de qualquer natureza
Na fachada, a combinação de vidro, concreto e metal cria todo um cenário industrial, complementado pelas passarelas transversais no interior do edifício. A fachada — ora envidraçada, ora de policarbonato alveolar — foi cuidadosamente projetada para controlar a entrada de luz solar, criando uma atmosfera de transparência e conectividade, enquanto os recortes estratégicos revelam a função interna do edifício.
O pavimento térreo também foi idealizado como um reflexo da diversidade funcional do edifício. Enquanto os pavimentos superiores mantêm uma ortogonalidade precisa, o térreo abriga uma variedade de espaços heterogêneos.
Da praça de alimentação ao auditório de 200 lugares, passando pelo ambiente de coworking e salas modulares que podem ser integradas, cada área foi cuidadosamente projetada para promover interação e flexibilidade. O plano d'água curvilíneo, inspirado no Pavilhão Alemão de Mies van der Rohe, adiciona uma dimensão estética única, enquanto amplia a sensação de expansão e conectividade.
No interior, a madeira é encontrada em pisos e tetos de corredores e passarelas, de modo a destacar as circulações. Algumas poucas divisórias internas são em drywall de cor grafite.
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