Tamanho família
Texto: Thais Matuzaki
Para uma grande família, um grande lar. Foi com esta ideia em mente que a equipe do Reinach Mendonça Arquitetos Associados concebeu o projeto arquitetônico da Casa Vermelha e, nos mais de 1000 m² de área construída, concebeu amplos espaços de lazer, estar, gastronomia e muitos dormitórios. Além do extenso programa, chama a atenção a massa texturizada pintada na cor que deu nome à morada.
Localizada em Bragança Paulista (SP), a residência de campo ganhou uma planta em forma de “U”, compondo espaços de convívio social articulados pela varanda externa. Como descreve o time de arquitetos – que foi comandado pelos sócios Henrique Reinach e Mauricio Mendonça –, essa área se volta para um pátio central com piscina. Dali avista-se um bloco em concreto aparente marcando a rampa que conduz ao subsolo, onde estão outros ambientes, como sauna, descanso e ala técnica.
A transparência do vidro e as aberturas dos caixilhos de alumínio caracterizam os espaços de uso coletivo. Esses materiais estabecem a relação com o jardim e o exterior da casaFoto: Leonardo Finotti
No térreo, as inúmeras possibilidades de organizar a planta permitiram a implantação dos serviços (cozinhas, lavanderia e despensa) no centro, logo à frente da entrada do imóvel. Com isso, um longo corredor de circulação mantém essa área separada da varanda gourmet.
Outros espaços sociais, como salas de estar e jantar, foram colocados em uma das extremidades da Casa Vermelha, enquanto no lado oposto estão os dormitórios de filhos e hóspedes. Apenas a suíte principal e a sala íntima ocupam o piso superior.
Estruturas definiram os usos
Um dos objetivos da equipe Reinach Mendonça era articular diferentes sistemas construtivos para conceber espaços de usos bem distintos. Por exemplo, a cobertura da varanda e a da sala de TV são feitas em estrutura metálica e forro em lambri de madeira que se estende para outros ambientes ora em formato curvo ora plano.
Os arquitetos se referem a essa área como “um grande retângulo de seis metros de altura que define muito bem os espaços de convivência e reunião”. Sua estrutura leve e as transparências do vidro caracterizam o uso coletivo dos espaços com a intenção de unir os ambientes e, através dos grandes vazios e dos caixilhos de alumínio, estabecer a relação com o jardim e o exterior.
Por outro lado, as alas íntimas e de serviços têm os usos reforçados pelo desenho tradicional de sua construção, executada em concreto armado com fechamento em alvenaria de tijolos maciços. “Numa organização simples e linear, a estrutura revestida de massa texturizada na cor vermelha contorna o retângulo principal”, detalham os arquitetos.