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Restaurante J.A.P.A.

Restaurante J.A.P.A.
Idealizado pela parceria entre os escritórios Daniel Fromer & Arquitetos e kika camasmie + arq, o Restaurante J.A.P.A. une dois universos: a cultura minimalista japonesa e a informalidade leve e natural da Bahia. Imagens: OKA Fotografia
Restaurante J.A.P.A.
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Experiência japa-baiana

Texto: Naíza Ximenes

“Um projeto feito com amigos, para amigos”. É com essas palavras que o arquiteto Daniel Fromer começa descrevendo o projeto do Restaurante J.A.P.A., em Caraíva, Porto Seguro, no sul da Bahia.

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Idealizado por ele, em parceria com a arquiteta Kika Camasmie, do escritório kika camasmie + arq, o restaurante de comida japonesa é fruto da junção de dois universos: a cultura minimalista japonesa e a informalidade leve e despojada da Bahia.

O projeto explora o conceito de simplicidade e conexão com o ambiente natural e fica em um terreno de 300 metros quadrados. Além da singela área livre para construção, a obra tinha um limitante significativo: a taxa de ocupação máxima de 30% do lote.

“Foram amigos nossos que vieram nos procurar, com a ideia de montar um restaurante japonês dentro de um empreendimento maior, no condomínio Otero das Brisas. É um espaço semipúblico — está na rua, mas dentro de um condomínio —, e nos dá uma certa liberdade no aspecto formal da implantação”, diz Fromer. “O terreno estava lá, pronto, com uma série de árvores que não queríamos tirar de jeito nenhum! A primeira coisa que eu e Kika vimos é que nosso jardim estava pronto, as áreas das mesas estavam prontas e quase que deu vontade de ocupar o terreno do jeito que estava”, relembra.

A arquiteta Kika Camasmie complementa. “Nós tínhamos que fazer uma coisa muito bem bolada para que esse restaurante japonês tivesse uma capacidade bacana de clientes, e, ao mesmo tempo, garantisse uma área coberta de 30% de ocupação do terreno.” Apesar dos entraves, o projeto conseguiu harmonizar a preservação da vegetação existente com uma estrutura arquitetônica sofisticada e funcional.

Preservação e simplicidade

Além da preservação das árvores do local ser uma prioridade, a dupla de arquitetos apostou ao máximo na integração do terreno, retangular e plano, à concepção do estabelecimento. O restaurante não tem entrada e saída claras, ao passo que as mesas foram estrategicamente distribuídas ao longo do espaço arborizado, criando a sensação de um pátio interno.

A estrutura, por sua vez, se desenvolve em torno de um grande pergolado de madeira ebanizada — técnica japonesa de queimar a madeira para protegê-la e dar um acabamento escuro e elegante — com dois eixos principais: o bar e a cozinha, interligados por um espaçoso balcão de sushi, que é o coração do projeto.

O uso de materiais naturais também foi um aspecto fundamental para reforçar a conexão com a natureza. A madeira ebanizada foi amplamente utilizada nas estruturas e no mobiliário. Além disso, os arquitetos optaram pelo cimento queimado no piso, explorando as habilidades locais na execução desse material. Outro detalhe importante foi a utilização de pinos autoclavados, que contribuíram para a leveza e rusticidade do projeto.

Foto da área comum do Restaurante japa. Há mesas nas duas laterais, um balcão preto rodeado de poltronas no segundo plano e, no teto, uma cobertura de madeira roliça. À direita, há vegetação, separada por vidro, e, à esquerda, o acesso ao jardim do restaurante e mesas ao ar livre<span height= O conceito equilibra minimalismo e rusticidade em uma proposta sofisticada, de acordo com os arquitetos (Foto: OKA Fotografia)


Estética Japonesa-Baiana

O conceito de ventilação cruzada foi uma das premissas do restaurante, dado o clima quente da Bahia e a necessidade de criar um ambiente agradável para os clientes. O espaço, em grande parte aberto, conta com cortinas leves que podem ser fechadas para proteger do vento e da chuva, sem comprometer a ventilação natural.

A iluminação, por sua vez, foi pensada para ser suave e sutil, com luminárias penduradas nas árvores do jardim, criando um ambiente acolhedor e intimista durante a noite.

“O balcão é quase um terço do restaurante. Nós o fizemos em um nível mais baixo, para que o sushi não ficasse no mesmo nível de quem está sentado. Além disso nós temos núcleo do bar e depósito, uma grande varanda em “L”, pergolado em “L”, bem solto (e que pode ser fechado com cortinas) e, atrás, uma grande mata (...). Nós também trabalhamos com taubilha, na maior inclinação possível, para brincar com aquela arquitetura japonesa com caimento maior de telhado”, explica Camasmie.

Um dos destaques do projeto é a sua estética minimalista, que valoriza a funcionalidade e a simplicidade das formas. Isso porque os dois volumes principais do restaurante, o bar e a cozinha, foram construídos com linhas retas e materiais simples, mas de grande impacto visual.

As paredes foram reduzidas ao mínimo necessário, permitindo que o espaço fluísse livremente entre o ambiente interno e o externo. A escolha de eucalipto ebanizado, tanto nos pilares quanto nas vigas, reforça a ideia de uma arquitetura leve e bem integrada ao seu entorno.

“Acho que o conceito mais interessante que fizemos nesse restaurante japonês foi a união das duas culturas, japonesa e a baiana”, comenta Kika Camasmie. “Foi a maior sacada que o Daniel e eu tivemos: de juntar os dois conceitos — e onde eles se encontram deu um ótimo resultado”, finaliza.

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Escritório

  • Local: BA, Brasil
  • Início do projeto: 2022
  • Conclusão da obra: 2022
  • Área do terreno: 294 m²
  • Área construída: 103 m²

Ficha Técnica

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