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Casa do Rio

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Com o intuito de construir um refúgio que refletisse a essência do povoado à beira do rio na Bahia, o escritório Daniel Fromer & Arquitetos projetou a Casa do Rio. Imagens: Hugo Kovensky
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Vínculos que criam essência

Texto: Naíza Ximenes

Com o intuito de construir um refúgio que refletisse a essência do povoado à beira do rio na Bahia, segundo os proprietários, o escritório Daniel Fromer & Arquitetos projetou a Casa do Rio em Santa Cruz de Cabrália, na Bahia, à beira de um rio. Os proprietários já eram frequentadores do lugar e se encantaram por esse espaçoso terreno. Foi assim que teve início uma jornada arquitetônica singular, que se destaca pelo seu senso de pertencimento e que se tornou uma extensão do tecido social e ambiental da vila.

Terreno privilegiado

O lote escolhido, um dos últimos disponíveis na região, ofereceu um cenário ideal para a realização do projeto. Com uma frente ampla para o rio, o terreno plano permitiu uma concepção fácil, embora os desafios estivessem presentes nas questões das vistas, ventos e insolação.

A casa foi projetada para acomodar confortavelmente um casal e oferecer um espaço acolhedor para os hóspedes. O layout fluido e prático foi pensado para uma vida sem complicações, enquanto proporciona uma atmosfera convidativa para os visitantes.

Foi pensando nisso que a equipe de arquitetos apostou na construção de três módulos principais. O jardim, à frente, dá acesso ao bloco principal, o primeiro deles, voltado às atividades sociais. Marcado pela transparência do muxarabi nas portas de madeira, pensada para permitir uma visualização do rio, o ambiente é composto por cozinha, sala de estar, sala de jantar, varanda com acesso direto ao rio e suíte master.

O segundo bloco, por sua vez, é onde ficam as suítes de hóspedes, separadas do bloco social para proporcionar privacidade — tanto aos convidados, quanto aos proprietários da casa. Há uma pequena sala de acesso às duas suítes, autônomas.

foto da entrada de uma casa, com portas de madeira de correr que são formadas por muxarabi. Nos buracos, tem vidro. A casa foi elevada, então o deck de madeira é acessado por três degraus. Há esculturas do lado de fora, como onças e vasos><span height= A construção foi elevada, para não interferir no curso da água pluvial, e as paredes de madeira de correr ganharam aberturas generosas para permitir a visualização do rio 


O terceiro e último bloco abriga as áreas de apoio, lavanderia e uma oficina do proprietário. “A área de lazer da residência é o próprio rio”, brinca Daniel Fromer, em entrevista à Galeria da Arquitetura. 

Sem piscina, a casa se volta inteiramente para as águas em constante movimento, proporcionando uma experiência contemplativa em sintonia com as mudanças naturais da paisagem fluvial.

Sensibilidade com o ambiente

Fromer conta que a abordagem arquitetônica valorizou a integração com a vila circundante, buscando uma sensação de pertencimento, sem comprometer a contemporaneidade do design. Inspirada na vida local, a casa se tornou uma extensão natural da comunidade.

Pensando nisso, a escolha de materiais como alvenaria caiada de branco, madeira de demolição e telhas de cerâmica de reuso refletiu o compromisso com a sustentabilidade em todos os aspectos do projeto. A simplicidade dos materiais contrasta com a sofisticação dos detalhes arquitetônicos.

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Já a ventilação e a iluminação naturais foram cuidadosamente integradas ao design da casa, promovendo um ambiente arejado e luminoso. A estrutura dos telhados e as treliças de eucalipto foram projetadas para maximizar a circulação de ar e a entrada de luz.

“Tem uma história interessante... quando partimos para a iluminação do projeto, o próprio cliente levou algumas chapas de cobre daqui de São Paulo. Ele descobriu uma pessoa ali na cidade que dobrava essa chapa, fazia calhas e ele mesmo montou as luminárias e as instalou”, comenta Fromer. “Esse processo sempre foi feito em conjunto, sempre foi muito rico, muito interessante, as decisões sempre eram bastante discutidas e as ideias vinham muito deles [os proprietários]. Nós íamos elaborando com o pessoal da obra, então, além do resultado ter ficado muito bacana, o processo foi muito prazeroso”, continua.

Além do projeto arquitetônico, a mão de obra local desempenhou um papel fundamental na construção da casa. Carpinteiros, construtores e artesãos locais contribuíram com suas habilidades e conhecimentos, tornando-se parte integrante da história da residência.

Não à toa, o arquiteto descreve a Casa do Rio, como mais do que uma simples casa. Para ele, é uma expressão da identidade local, um tributo à natureza exuberante e uma celebração da comunidade. O respeito pelo ambiente e pelas tradições é refletido em cada detalhe, criando um espaço verdadeiramente único e acolhedor.

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Escritório

  • Local: BA, Brasil
  • Início do projeto: 2019
  • Conclusão da obra: 2020
  • Área do terreno: 2.676 m²
  • Área construída: 368 m²

Ficha Técnica

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