Texto: Naíza Ximenes
Projetado pelo escritório de arquitetura ARCHI.FEEL, o restaurante DUQ Gastronomia combina história, raízes, sentidos e tradição em Curitiba (PR). Construído em um imóvel que pertencia à família do proprietário desde 1950 — e que já abrigou uma loja de iluminação e um antiquário ao longo dos anos —, o projeto tinha uma proposta clara desde o início: preservar o máximo possível da estrutura original.
Para isso, a equipe de arquitetos apostou na valorização dos tijolos maciços, que carregam a identidade do espaço e, consequentemente, imprimem uma linguagem industrial. Além disso, o proprietário também tinha como premissa a criação de um espaço gastronômico que ativasse todos os sentidos: paladar, tato, olfato, visão e audição.
O pedido refletia não só uma prioridade do cliente, mas também uma tradição familiar. Isso porque, em jantares e comemorações, era habitual que os convidados se reunissem ao redor da bancada, acompanhando de perto o chef durante o preparo e a degustação do menu. Esses elementos foram combinados com uma marcenaria e materiais que dialogam com o mobiliário, resultando em um ambiente sofisticado e acolhedor.
Logo na chegada, o visitante nota um dos diferenciais do DUQ Gastronomia: a fachada imponente e artística, que se tornou um ícone antes mesmo da inauguração. Localizado em uma esquina estratégica, com frentes para duas vias importantes de Curitiba, o edifício tinha amplas áreas cegas que foram transformadas em uma obra de arte urbana pelo artista local André Mendes. Além de dar vida a uma grande tela branca, a intervenção revitalizou a esquina, oferecendo uma experiência visual nova para toda a cidade.
Apesar de ter localização central, em uma área predominantemente urbana, o projeto trouxe o verde como protagonista. A vegetação está presente desde a entrada do restaurante, passando pelo estacionamento e o lounge, até os espaços internos, criando uma sensação de respiro e conexão com a natureza.
Ao chegar, os visitantes são recebidos em um jardim interno, onde sofás e mesas distribuídos sob um pé-direito duplo formam um lounge com atmosfera descontraída e acolhedora.
A transição para o salão principal é feita por meio de uma sala privativa com capacidade para 16 pessoas, que pode ser integrada ao lounge para maior flexibilidade. No coração do restaurante, a adega, com capacidade para 1.800 garrafas, se destaca como um elemento funcional e artístico, cercada por faces de vidro que a tornam visível de vários ângulos.
Para atender aos pedidos por uma experiência além da gastronomia, a cozinha foi posicionada no centro do salão principal, cercada por mesas que aproximam os clientes do processo culinário. Desta forma, a disposição incentiva a interação e celebra a arte da coquetelaria e da gastronomia.
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