Texto: Naíza Ximenes
Anos de amizade e muita cumplicidade cercaram o projeto da Casa Jaguar, assinado pelo escritório STArq. O arquiteto Stephan Steyer conta que, apesar de o escritório não ter o costume de conceber residências, abriu uma exceção para este cliente, que é um amigo de longa data.
Outros projetos já haviam sido idealizados para ele, incluindo o primeiro apartamento e o escritório onde trabalha. Desta vez, o pedido foi que o arquiteto concebesse a casa de veraneio da família, localizada em um terreno de dois mil metros quadrados na cidade de Jaguariúna (SP).
Logo no briefing, o casal revelou o intuito de ter uma casa térrea ideal para receber visitas, mas sem que eles perdessem privacidade. Pensando nisso, a equipe de arquitetos apostou em uma implantação em formato de “L”, com os quartos dispostos no eixo leste-oeste, protegidos por cobogós dos dois lados. Já a sala principal fica voltada para o norte, com acesso direto à área da piscina, que é o coração da casa.
Aliado ao lazer, o design da área externa aproveita ao máximo a área verde, deixando um grande gramado para os filhos brincarem. Sem um projeto de paisagismo elaborado, o intuito era criar um ambiente que evolui com o crescimento das crianças.
“Nós deixamos muita área verde porque esse amigo tem dois filhos e gosta bastante de esporte. Ele nem queria que nós fizéssemos um grande projeto de paisagismo, justamente porque ele queria saber como é que ia funcionar com os filhos crescendo”, conta Steyer.
O programa de necessidades da Casa Jaguar é típico de uma casa de campo. Os visitantes são recebidos pela grande área de lazer, formada pela piscina e conectada a um salão que se abre completamente para o exterior, criando uma continuidade entre a sala de estar, a cozinha e a área externa.
Os degraus, que ligam a parte principal da casa à área de lazer, também funcionam como assentos, oferecendo um espaço perfeito para relaxar e admirar o pôr do sol.
Ainda na área social, a cozinha foi concebida como um ponto importante para o casal, que adora cozinhar. Foi pensando nisso que o espaço foi equipado com todos os utensílios necessários, incluindo um forno a lenha e uma área externa com parrilla argentina para churrascos.
Diferentemente da área social, a área privativa foi posicionada em um único braço do “L”. São três suítes para hóspedes, cada uma com um acesso direto ao corredor que leva à piscina, protegidas por cobogós. A sala de televisão conecta a área dos hóspedes à parte mais reservada da casa, onde se encontram os quartos dos filhos e a suíte do casal.
O arquiteto conta que a preocupação com a manutenção e a longevidade estrutural determinou todo o design, que ganhou conceito simples e estrutural.
A intenção é ser um espaço de convívio. É impossível chegar na casa e não estar convivendo. Há vistas desimpedidas de quem está na sala, de quem está na churrasqueira, ou de quem está passando pelos cobogós. Você tem vista da casa inteira –e essa era a intenção: estar bem transparente, bem visívelStephan Steyer, arquiteto do ST Arq
Grandes aberturas e empenas foram projetadas para evitar problemas estruturais com o tempo, utilizando materiais como o piso vinílico nos quartos e porcelanato de grande formato nas áreas comuns. A fachada, por sua vez, foi desenvolvida em parceria com especialistas para garantir durabilidade e resistência a trincas.
O projeto de iluminação e ventilação, por sua vez, foi planejado para maximizar o uso de luz natural e ventilação cruzada. Durante o dia, os cobogós criam todo um cenário de luz e sombra no interior da casa. Já à noite, acontece a situação inversa, em que as luzes internas se tornam o grande destaque, iluminando a área externa.
A casa também está preparada para receber painéis solares, com aquecimento solar já instalado para os chuveiros e a piscina.
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