A Serra da Mantiqueira, uma cadeia montanhosa que se estende pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, agora também é o cenário de um dos projetos da arquiteta Vivi Cirello: a Casa Resende, situada na cidade fluminense de mesmo nome.
De origem tupi, o termo Mantiqueira significa ‘gota de chuva’ e faz alusão à serra como uma grande fonte de água potável. Inspirada pela vista deslumbrante da paisagem natural, a casa foi projetada com o intuito de proporcionar uma experiência visual surpreendente.
Apesar de a arquiteta Vivi Cirello descrever o estilo arquitetônico da morada como “atual e livre de modismos”, notam-se muitos aspectos modernos, e, ao mesmo tempo, aconchegantes no projeto.
Com 435 metros quadrados, o projeto é inteiramente voltado à paisagem do entorno, valorizando a integração e a amplitude
Logo na fachada, elementos de madeira de tom claro, tijolos e uma paleta de cores neutra se equilibram em um conceito marcado pela iluminação natural. Grandes janelas de vidro evidenciam a integração e o pé-direito alto no interior da obra.
Entrando na casa, a primeira intervenção que se nota ao percorrer o caminho é a instalação de um cobogó na parede, em frente à escada que leva ao mezanino. Muito utilizada na arquitetura modernista brasileira, por ser uma estrutura vazada, a parede de cobogó proporciona maior luminosidade e ventilação, dividindo ambientes sem comprometer a sensação de amplitude.
Um pouco mais à frente, toda a estrutura se abre para três áreas que só se diferenciam pelos móveis. A primeira delas é a sala de estar, que ganhou lareira, mobiliário e caixilhos em branco e preto. Em cima, o mezanino é marcado por um anteparo discreto, também na cor preta.
Os panos de vidro que delimitam discretamente a sala fazem o papel de integração à segunda área, a da piscina, além de permitirem grande entrada de luz natural. No espaço externo, sofás e poltronas decoram a região entre as janelas e piscina — um dos destaques do projeto de Cirello.
Explorando as diferentes aplicações da geometria no formato da piscina, a arquiteta conta que sempre destaca esse aspecto quando fala da Casa Resende. “Poucas vezes uso diagonais nas minhas criações, mas quando crio algo dessa maneira é porque sinto que realmente faz muito sentido”, ela conta. Através de uma borda infinita, a piscina também foi totalmente integrada à paisagem no fundo.
À direita da piscina, há elementos importantes nos dois níveis da casa. Embaixo, fica a churrasqueira, integrada à cozinha, também através de panos de vidro. Em cima dessa área, a varanda da suíte master oferece uma vista estonteante da natureza. As paredes externas possuem dois revestimentos: um branco e um de tijolos, que colore o ambiente.
A cozinha é a terceira área citada. Ela fica ao lado da sala de estar e tem panos de vidro em mais de uma parede. Em uma delas, eles se abrem para a região da churrasqueira. Em outra, fazem o papel de janelas, já que não possuem abertura. A mesa de madeira para oito lugares fica em paralelo ao balcão da cozinha, em “U”, com bancada na cor preta. Na parte de fora do balcão, quatro cadeiras preenchem o espaço.
Voltando à escada em frente à parede de cobogó, que dá acesso ao mezanino, o corrimão também é marcado pela paleta monocromática do mobiliário.
A família que mora na residência é constituída por um casal e dois filhos, sendo que um deles mora distante dos pais. Assim, foram construídas duas suítes no pavimento superior da casa, além de uma sala de costura integrada à sala de TV no ambiente que conecta os cômodos.
A suíte master foi decorada com elementos brancos e em madeira clara — diferente do banheiro, que ganhou azulejos na cor verde, duas cubas e banheira. No outro dormitório, a paleta de cores inclui apenas cinza e branco, tanto na parede, quanto no chão, armários e móveis.
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