
Texto: Naíza Ximenes
Popularmente conhecida como “Casinha”, a unidade pioneira do restaurante Outback Steakhouse no Brasil foi completamente reformulada para celebrar quase três décadas de história da marca no país. Localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o espaço foi reformado pelo escritório de arquitetura Superlimão, a partir de um projeto que combina tradição, gastronomia e sustentabilidade
O intuito da reforma era não só modernizar o espaço, mas também incorporar práticas sustentáveis ao restaurante, inaugurado em 1997. Para isso, a equipe optou por preservar a volumetria original da “Casinha”, associando-a a elementos como estruturas de madeira CLT (Cross Laminated Timber), que reduzem a pegada de carbono.
Além disso, o projeto também passou a reaproveitar água de descarte do ar-condicionado e do sistema de gelo para descargas e irrigação do jardim, enquanto a fachada ganhou um vidro especial para eficiência energética e conforto térmico. Um telhado verde e um sistema de coifa UV (que purifica o ar e elimina odores, promovendo um ambiente mais limpo e saudável) completam as iniciativas sustentáveis.
As estratégias foram tão eficazes que o restaurante ganhou a certificação LEED, garantindo que a obra atende aos padrões internacionais de construção sustentável.
O layout interno do restaurante foi reimaginado para criar uma experiência imersiva. O bar, reposicionado no coração do espaço, foi inspirado em um carro estacionado no deserto australiano, com detalhes autênticos — como os faróis que acendem durante o happy hour, conhecido como “Billabong Hour”. A bancada, por sua vez, foi repensada para tornar-se mais acessível, refletindo um compromisso do Outback com a inclusão.
Já os booths, que estavam no layout original, foram mantidos, cercando o bar e dividindo o salão em dois.
Outro ponto importante do design foi a iluminação, que determinou a atmosfera do restaurante. Luminárias inspiradas na flor australiana Waratah, pilares de madeira com iluminação semelhante a vagalumes e divisórias com padrões aborígenes são alguns dos destaques. Ao fundo, uma parede em madeira texturizada reproduz as rochas do Outback australiano, adicionando autenticidade ao espaço.
Na área externa, por sua vez, a aposta foi na ampliação do espaço de espera, oferecendo um ambiente mais descontraído e uma nova área kids, que ganhou piso emborrachado remetendo ao deserto, parede de escalada e um crocodilo decorativo “emergindo da areia”.
Com o intuito de refletir a evolução da marca, indo além do conceito de restaurante casual com temática australiana para um espaço que inspira exploração e descoberta, os arquitetos também apostaram na construção de um novo pavimento superior. O andar oferece vista para o pôr do sol carioca, enquanto o design do telhado original foi integrado ao novo layout, criando uma conexão simbólica entre passado e futuro.
Com bancos em forma de bumerangue feitos a partir de tampos de mesa reciclados, cores que remetem às paisagens australianas e cariocas, e elementos históricos que narram a trajetória do restaurante, o Outback Barra da Tijuca celebra suas raízes enquanto se prepara para o futuro.
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