Hamburgueria ao ar livre
Texto: Vitória Oliveira
Com estilo food truck, a hamburgueria Comi na Kombi foi construída em uma área com 446 m². O projeto arquitetônico é de autoria do escritório Studio Urbano, que buscou trazer ao estabelecimento uma atmosfera de quintal com toque urbano.
O conceito adotado foi de quintal de vó. A ideia era proporcionar aos clientes um espaço aberto, confortável e nostálgico ao lembrar das brincadeiras de infância em jardins e quintais da família Rone Marthins
“O conceito adotado foi de quintal de vó. A ideia era proporcionar aos clientes um espaço aberto, confortável e nostálgico ao lembrar das brincadeiras de infância em jardins e quintais da família”, explica o arquiteto Rone Marthins.
Fachada
Marcando a passagem da área externa para a interna encontra-se um muro de tijolos aparentes. Ademais, luminárias para piso ao lado de fora do projeto destacam o logo da hamburgueria.
Um muro de gabião sustenta um lavatório com torneiras e tubos galvanizados, conferindo um design industrial ao lavatório.
Materiais rústicos
Os arquitetos exploraram materiais rústicos como cimento queimado, madeira e tijolos aparentes, o que proporcionou modernidade e rusticidade ao projeto.
O espaço para refeições é totalmente revestido com decks de madeira com gabaritos em diferentes alturas. Na área de atendimento, que fica no centro dos decks, há uma pérgola de madeira que protege a Kombi de intempéries.
Atrás do deck em nível mais alto, um container de 40 pés abriga um apoio para a produção, o estoque e banheiros.
Como todos os pedidos são produzidos na própria Kombi, os arquitetos optaram pelo pátio em cimento queimado – ao nível da calçada – para facilitar o acesso na área dos pedidos.
O mobiliário foi pontualmente escolhido para trazer uma identidade rústica e industrial ao projeto. Mesas e cadeiras tiveram suas tonalidades combinadas com o deck de madeira – em tom de mel –, conferindo ao espaço conforto e modernidade.
Placas de sinalização de trânsito e peças antigas garimpadas transformaram-se em objetos decorativos. Nos banheiros, os decks que sobraram deram origem a uma bancada de lavatório, que recebeu uma bacia de alumínio como cuba. Além disso, as torneiras foram feitas com tubos galvanizados.
Os decks revestem toda a área de atendimento, com gabaritos em diferentes alturas Foto: Felipe Cuine
“Os banheiros são dentro de um container, por isso optamos por manter seu piso original, assim preservamos a história dos produtos que já foram transportados por ali”, conta o arquiteto.
Destaques do projeto
O grande destaque do projeto é a permeabilidade dos espaços. Vistos de frente, podem ser contemplados em toda sua extensão. Destacam-se pelos volumes dos decks, containers de reúso e pelo reaproveitamento de materiais como tijolos e alambrados.
A iluminação é pontuada e contemplada em luminárias de piso. Os arquitetos exploraram tonalidades quentes que ressaltassem o verde natural da vegetação. O destaque está nas luminárias de eletrocalhas – que foram instaladas nos pilares – e nas lâmpadas tubulares. Desenvolvidas pelo escritório, elas trazem personalidade urbana ao projeto.
Um paisagismo tropical abraça todo o projeto, com destaque para um mural de trepadeiras sustentadas por alambrados.
“Pensar em um projeto ao ar livre foi um grande desafio. Contudo, conseguimos atender aos pedidos dos proprietários e o resultado foi um projeto incrível. O Comi na Kombi foi bem aceito pelos clientes, pois é hábito no interior a convivência com a natureza. O espaço é uma experiência diferente, divertida e nostálgica”, finaliza Marthins.
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Tre Bicchieri – Jk, por Carbondale
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