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Arena das Dunas

Arena das Dunas
Em Natal, a cobertura irregular, orgânica e assimétrica do estádio surpreende ao lembrar as dunas, grande beleza natural da região Foto/Imagem:Acervo Grupo Stadia

Beleza potiguar

Uma das grandes belezas naturais do Rio Grande do Norte faz parte da concepção da Arena das A cobertura representou um desafio. Vencemos um grande balanço, pois qualquer tipo de coluna ou pilar apoiado sobre uma cobertura com 42 metros de altura por um balanço de mais de 50 m torna-se inviável Danilo Carvalho Dunas, em Natal. As dunas, elemento marcante da região, inspiraram o projeto da cobertura, cujo design ostenta uma geometria espacial constituída por módulos denominados ‘pétalas’, independentes e com curvaturas em dois sentidos. A exemplo das dunas naturais formadas pela ação do vento no entorno de terrenos costeiros – com a função de resguardar essas áreas da força e invasão do mar – a cobertura do estádio protege o setor oeste e parcialmente o setor leste, enquanto os demais (norte e sul) são descobertos. A arena sediará a Copa do Mundo na capital potiguar e substitui o antigo e demolido Estádio João Machado – o Machadão. O projeto executivo de arquitetura é da SD Plan, Grupo Stadia, e o de arquitetura, da empresa americana Populous Architects. A construção esportiva segue os padrões FIFA para copa de 2014, com capacidade para 42 mil espectadores. Suprimindo as arquibancadas temporárias, a capacidade é reduzida para 32 mil. Multiuso, o equipamento comporta diferentes eventos: manifestações sociais, culturais, esportivas, de entretenimento, lazer e negócios nos 77.700 m², que incluem uma praça ao ar livre com 22 mil m².

A Arena das Dunas possui sistema de sonorização distribuído em praticamente todos os ambientes, incluindo sanitários. A medida atende aos requisitos da FIFA, sendo uma garantia de segurança para os espectadores Foto: Acervo Grupo Stadia

Design: cobertura em pétalas

Com volumetria orgânica, irregular e assimétrica, a cobertura do estádio tem 20 módulos curvos com caimento em três direções que circundam o perímetro da construção. Os módulos – ou pétalas – compõem o teto, com estrutura e três sistemas metálicos distintos de telhas. Na configuração ondulada do teto convivem telhas zipadas, zipadas cônicas e sistema de telhas monro. Elas são capazes de vencer o grande vão livre exigido nos sistemas estruturais de cobertura atuais, perfeitas para atender às necessidades de visualização e conforto do público. “A cobertura representou um desafio. Vencemos um grande balanço, pois qualquer tipo de coluna ou pilar apoiado sobre uma cobertura com 42 metros de altura por um balanço de mais de 50 m torna-se inviável”, explica o arquiteto e sócio-fundador do grupo Stadia, Danilo Carvalho. Inicialmente o modelo foi escaneado, tridimensionado na etapa de projeto, separando a cobertura convencional da cobertura torcida. A partir daí criou-se um modelo para cada uma das pétalas. O uso de estruturas metálicas leve e pesada oferece inúmeros benefícios construtivos, principalmente em relação às modernas arenas multiuso existentes no mundo. Para Danilo, a plasticidade da cobertura, a flexibilidade do uso e a localização do estádio são requisitos superimportantes. “Futuramente, esses fatores farão muita diferença na viabilidade da arena. Bem localizada na cidade, ela ainda se destaca por ter uma explanada – a praça externa – propícia a vários eventos.”

Infraestrutura

O acesso é feito através de 21 pontos de entrada e saída localizados na ampla praça que envolve todo o perímetro da arena – todos dotados de paisagismo, sinalização visual e tátil, controlados por catracas e monitorados pelo circuito fechado de TV. Para garantir conforto, cobertura jornalística e transmissão excelentes, segurança e acesso organizado, o estádio oferece 40 camarotes, dois telões digitais, dois vestiários, área de aquecimento, centro de imprensa, sala de conferência, controle de segurança com sistema de monitoramento de vídeo, sistema de sonorização e de bilhetagem e 29 concessões de alimentos e bebida. A realização de pequenos shows – três a quatro mil pessoas –, acontece na arena indoor. Feiras de carro e eventos de esporte radical contam com 22 mil m² de área externa. Há, ainda, escritórios/áreas comerciais, mídia center/sala de conferência com auditório para 250 pessoas com cabine de som e tradução simultânea, 21 entradas para o público com controle de acesso, oito elevadores e sanitários.

Materiais e acessibilidade

Basicamente dois grandes materiais compõem a construção: o concreto, presente desde a fundação até a superestrutura, que é a arquibancada; e o metal, utilizado no envoltório da estrutura metálica com o fechamento em telha de alumínio. Atenta à NBR 9050, a arena é 100% acessível. São oito elevadores; diversos sanitários, inclusive para obesos e portadores de necessidades especiais; três rampas de acesso ao nível do pódio, que recepciona o público e direciona às arquibancadas superiores; e rampas de serviço. “Circulações, rampas e atendimento estão em conformidade com a NBR 9050, viabilizando o acesso de todo estádio ao público especial. Até a área de transmissão é acessível”, revela o arquiteto Mauricio Reverendo.

Arena das Dunas - Beleza potiguar
Orgânica, irregular e assimétrica, a cobertura tem 20 módulos curvos com caimento em três direções que formam e circundam o perímetro da construção Foto: Acervo Grupo Stadia

Eficiência térmica

Na estrutura metálica de cobertura foram instalados dois modernos telões para transmitir lances e imagens marcantes dos eventos. Entre os módulos formaram-se vãos que favorecem a iluminação e ventilação naturais. Assim, na porção inferior, as aberturas permitem a passagem do vento e proporcionam maior conforto térmico nas áreas de circulação e na arquibancada. Na parte superior, as aberturas ganharam um revestimento por sistema de caixilho de alumínio e policarbonato alveolar, deixando a luz natural entrar.

Sustentabilidade

De nível internacional, o projeto da arena também atende à proposta do novo plano diretor da Circulações, rampas e atendimento estão em conformidade com a NBR 9050, viabilizando o acesso de todo estádio ao público especial. Até a área de transmissão é acessível Mauricio Reverendo cidade, carente de um legado capaz de promover o crescimento e melhor aproveitamento da região da Lagoa Nova, no centro. Ela considera aspectos ligados à sustentabilidade, além da facilidade de manutenção ao longo de sua vida útil. Reduzir o impacto da construção no meio ambiente foi uma preocupação existente desde o início da obra, quando o entulho da demolição dos edifícios existentes foram reutilizados. “Transformamos o concreto em brita e o empregamos na nova estrutura”, salienta Danilo. Para minimizar a emissão de carbono na atmosfera, foram adotados critérios de racionalização de energia e água presentes na certificação LEED – Leadership in Energy and Environmental Design. Assim, a água de chuva é captada na cobertura acima das arquibancadas, há a instalação de um sistema de reuso e de controle de resíduos e lixo. A praça generosa localizada no entorno tem acabamento de piso com baixa carga térmica e reflexão. O próprio desenho da arena, com as aberturas entre as pétalas, permite ventilação e iluminação naturais e aumento do conforto térmico no ambiente. Danilo lembra que o fato de ter um estádio multiuso, capaz de reduzir ou aumentar a capacidade de pessoas, é uma prática de sustentabilidade, pois possibilita ao longo do tempo um menor custo de manutenção.

Escritório

SD Plan3 projeto(s)

Local: RN, Brasil
Início do projeto: 2012
Conclusão da obra: 2014
Área do terreno: 116.499
Área construída: 77.783

Tipo de obra:
Estádios
Tipologia:
Esporte

Materiais predominantes:

Diferenciais técnicos:

Ambientes e Aplicações:

Slideshow Desenhos e plantas

Ficha Técnica

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