Paisagem ampliada
Texto: Thais Matuzaki
Em Bragança Paulista (SP), um terreno que soma mais de 7 mil m² foi o local perfeito para acomodar o extenso programa da Residência EZ. Tirando partido da dimensão do lote, o escritório Reinach Mendonça Arquitetos Associados trabalhou basicamente com a ideia de integração dos ambientes. Além de conectados, os dois pisos que compõem a casa (sendo inferior social e superior íntimo) se voltam para a exuberante paisagem do entorno.
Segundo o arquiteto Henrique Reinach, não houve nenhuma grande dificuldade para a concepção do projeto arquitetônico. Com um terreno amplo, os profissionais tiveram muito recurso para a implantação da edificação e liberdade para darem forma à casa.
No entanto, uma dúvida surgiu no meio do caminho quanto ao nível da morada. “Se a casa ficasse muito afundada em relação à rua de acesso, ficaria um pouco desfavorecida. Mas, se a subíssemos muito, ela se desligaria do terreno pelo outro lado”, conta. Então, acompanhando o leve declínio da gleba, a Residência EZ foi estrategicamente posicionada para se fundir com o horizonte de Bragança Paulista. Na vista da piscina, por exemplo, a borda infinita parece uma continuação da vegetação.
“Em todos os nossos projetos, a relação entre a paisagem e o terreno é extremamente importante. Neste caso, pensamos muito em leveza, horizontalidade e respeito para com o lote”, complementa Reinach.
A ideia de integração também foi aplicada aos ambientes entre si. Basta observar como foram dispostos a churrasqueira, a cozinha gourmet, o forno de pizza e o bilhar. Eles fazem parte do mesmo espaço onde se encontra a sala de jantar, seja quando está aberto, criando uma longa varanda, ou até mesmo fechado.
Texturas diversas
Com uma concepção modernista que tanto se faz presente nos projetos do Reinach Mendonça, a Residência EZ é basicamente construída de alvenaria e concreto revestidos com uma argamassa texturizada. Além disso, grandes painéis de vidro, esquadrias e pergolados de madeira, bem como a estrutura metálica e as paredes de pedra complementam as demais superfícies com suas texturas.
O arquiteto salienta que cada uma das superfícies foi definida conforme suas funções. Por exemplo, as pedras, que aparecem nos acabamentos e paredes junto à terra, reforçam a ideia de sua função estrutural histórica de base, de alicerce. Já a madeira, que surge nas esquadras, brises e na divisão dos ambientes, ajuda no conforto acústico e ainda dá equilíbrio diante dos pisos frios e dos vidros de toda a área de convivência. Este espaço, por sinal, completamente revestido de placas de mármore travertino, garante a continuidade do pavimento térreo e a funcionalidade na manutenção.