Texto: Naíza Ximenes
O escritório de arquitetura Gui Mattos projetou o Edifício JFL com a premissa de atingir a capacidade construtiva total do terreno onde foi concebido, com cerca de 15 metros de frente por 50 metros de fundo. Localizado em São Paulo, o prédio monousuário foi feito para locação, ganhando espaço flexível e facilmente adaptável.
A proposta foi encostar a obra na lateral direta nos primeiros dez metros e otimizar o máximo possível do outro lado, mesmo havendo um estacionamento ali.
O compartilhamento do espaço com a área de terra não adquirida ao lado é um dos pontos altos do projeto. Isso porque o local abriga um pequeno bosque, do empreendimento imobiliário vizinho – que, embora impeça que o proprietário una o JFL com o edifício do lote adjacente, também garante uma boa dose de verde aos moradores e trabalhadores da região.
Com uma arquitetura reproduzida no terreno adjacente, criando um “irmão gêmeo” para o JFL, a equipe de arquitetos apostou em uma estrutura em concreto aparente, revestida externamente com granito e com amplas janelas de vidro.
A estrutura é formada por dois subsolos, um térreo com fachada ativa e os primeiros três andares. Acima dos 10 metros de altura, há um recuo de 3 metros na fachada direita, proporcionando um grande jardim e, em seguida, mais três andares, sendo o último com pé-direito duplo e mezanino.
A escolha dos materiais foi pensada para garantir durabilidade e estética. Na fachada, foram utilizados elementos coloridos em fórmica crespa, trazendo um toque lúdico e diferenciando a base do edifício. Além disso, a presença de muitos jardins e áreas verdes integradas ao projeto contribui para a harmonização com o entorno urbano e promove um ambiente mais agradável para os usuários.
O projeto priorizou a eficiência e a flexibilidade dos espaços, visando atender as necessidades variadas das empresas locatárias. Os andares possuem grandes vãos livres que podem ser adaptados conforme as divisões internas desejadas por cada empresa.
A iluminação natural é outro ponto forte, com caixilhos generosos do piso ao teto, proporcionando um ambiente de trabalho bem iluminado e agradável. A ventilação cruzada, facilitada pelos caixilhos ao redor do perímetro, garante um fluxo de ar constante e confortável.
Em termos de acústica, o edifício não ganhou movimentações significativas, permitindo que cada empresa adapte o espaço interno conforme suas necessidades específicas, seja para maior isolamento acústico ou para ambientes mais abertos.
“Nós procuramos ser o mais eficiente possível para que as empresas, ao olharem o prédio, pudessem imaginar as divisões que eles necessitam”, comenta o arquiteto Gui Mattos. “Essa possibilidade de criar um outro prédio logo ao lado, podendo brincar um pouco com a fachada, é muito legal. Eles são muito próximos, mas cada um tem a sua particularidade, sutis nuances nas dimensões de caixilho... quase como uma provocação para quem passa na rua, para que tentem entender se são gêmeos, ou primos”, brinca.
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