Sede da Justiça
Texto: Marina Cabral
Para centralizar os diversos setores da Justiça Trabalhista, antes espalhados pela cidade de São Paulo, um prédio foi reformado e hoje abriga o Fórum Trabalhista Ruy Barbosa. O projeto, de autoria do arquiteto Decio Tozzi, deu vida a um edifício público e grandioso que divide os quatro blocos das varas judiciais, dois a dois. “A questão conceitual visava à inserção do edifício na cidade, para representar uma singular relação biunívoca – uma metáfora da própria metrópole”, explica.
Espaços vazios com altura dupla separam esses blocos e são utilizados para atividades coletivas. “Esse partido vertical configura um grande vazio central que integra todo o conjunto, e para onde a visibilidade ampla e a plena integração decorrente da fluidez espacial conferem a necessária transparência às atividades burocráticas”.
O espaço de integração no nível térreo abriga a Praça da Justiça, que é considerada parte da cidade de São Paulo. Possui restaurante, centro telefônico, banco, agência dos correios, livraria e um auditório com capacidade para 100 pessoas.
Circulação
Para circular entre os andares, o edifício oferece transporte por vinte elevadores de alta velocidade – quatro deles são de uso exclusivo dos juízes. Rampas múltiplas conferem fácil movimentação para cerca de 20 mil pessoas por dia.
Cobertura de vidro
Nas janelas, a 72 metros de altura, a cobertura de vidro é aplicada como um muxarabi – balcão protegido com treliças – para controlar a luz solar da Praça da Justiça. “O espaço forma uma Praça banhada de sol, mas protegida das chuvas e dos ventos. É um lugar de encontro, convívio e concórdia entre os homens”, conclui o arquiteto.