Entre montanhas e pedras
Texto: Nuri Farias
A MA House está localizada nos arredores de Tepoztlán, uma pequena e pitoresca aldeia a cerca de 60 km da Cidade do México, região conhecida por seus dias ensolarados durante todo o ano e natureza exuberante. Usando esse diferencial a favor, o escritório americano Cadaval & Solà-Morales criou uma casa totalmente integrada ao entorno, com grandes aberturas e esquadrias de vidro.
Quando os proprietários convidaram os arquitetos Eduardo Cadaval e Clara Solà-Morales para desenvolver o projeto arquitetônico, deixaram explícita a vontade de usar pedra como o principal material de construção. “Essa escolha não foi somente por razões estéticas, mas também por ser um material natural da região e por sua baixa manutenção e custo”, contam os sócios.
Contato com a natureza
O desafio de criar algo amplo e confortável utilizando um material tão duro como a pedra se tornou o diferencial do projeto e fez da MA House uma escultura a céu aberto.
A residência é envolvida por duas grandes montanhas nos dois lados do terreno, e somente dois vizinhos na direção oposta. E para que os moradores tivessem toda a natureza a seu dispor, as áreas sociais foram abertas para os montes e as laterais foram vedadas para garantir privacidade.
O pátio central é marcado por um belo pé-direito duplo Foto: Sandra Pereznieto
Além disso, um pátio central e aberto age como uma fenda que define o acesso da casa. “Normalmente, esses pátios são construídos através de um espaço central em torno do qual ocorrem todas as relações e circulações, porém, neste projeto, desenvolvemos todas as circulações no perímetro exterior”, explicam os arquitetos.
Programa
O programa da casa foi organizado a partir de uma série de áreas com usos diversos que indicam o limite externo, um quadrado geométrico.
A definição dos ambientes é dada por uma sequência de espaços abertos e fechados. Os exteriores – pátios cortados – cruzam diagonalmente o volume e rompem com a rigidez do desempenho perimetral.
A MA House foi desenhada como a adição de três pavilhões unificados por um telhado único, gerando mais dois pátios cobertos. “O telhado é contínuo e repousa sobre as paredes de pedra estruturais, que são o principal ativo da casa”, comentam Cadaval e Morales.
A textura desse material áspero e imponente reforça as visões e o poder da natureza sobre o volume.