Reforma combina o antigo e o novo
Texto: Nuri Farias
Localizada em São Paulo, a Casa Cidade Jardim foi recém-reformada pelos arquitetos Marcello Sesso e Débora Dalanezi, do escritório Sesso & Dalanezi Arquitetura + Design. O resultado é um ambiente elegante e com personalidade, que reflete o estilo dos proprietários – especialmente na decoração, que utilizou relíquias da família.
O primeiro passo do trabalho dos arquitetos foi decidir, com o proprietário, o que seria modificado e o que seria mantido na reforma do imóvel. “Optamos em manter o piso de madeira amêndola da sala de estar, fazendo apenas um tratamento de recuperação. Alguns banheiros foram apenas restaurados, mas o banho máster foi 100% refeito”, contam os profissionais.
A casa possui uma integração bastante interessante entre a sala e a área externa e, para valorizar esse aspecto, foi construído um deck de madeira em torno da piscina e na parte coberta, sem descuidar do paisagismo.
Retrofit interior
O layout interior colocou desafios aos arquitetos. Como os proprietários da Casa Cidade Jardim solicitaram a criação de quatro minissalas – sala de estar integrada com a área externa, sala da lareira, sala de jantar e sala de TV –, os profissionais tiveram de trabalhar bem a distribuição dos espaços, para obter integração entre os ambientes, mas de forma que eles estivessem claramente separados.
No andar social, além do piso de amêndola, também foi mantido o painel de madeira freijó com as portas camufladas para a cozinha. O restante foi totalmente reformado. Um painel de revestimento branco traz o toque clean desejado na decoração.
Decorado com antiguidades
Para compor o projeto de interiores da Casa Cidade Jardim, os arquitetos deram especial atenção ao estilo do proprietário, que possui uma coleção de diversos objetos diferentes. “São antiguidades interessantes e que estavam estocadas em um sítio fora de São Paulo. Gostamos da ideia e trouxemos para o projeto”, explicam Sesso e Dalanezi.
Uma mesa de carpinteiro com todas as ferramentas tornou-se uma mesa bar e aparador. Ela veio da cidade de Mococa (MG) e é da década de 1950. O microscópio e a máquina de escrever se tornaram uma linda produção para a estante do escritório. O pilão e a bicicleta foram usados como itens decorativos no jardim. A bicicleta pendurada no painel externo é da década de 40 – modelo Hércules, inglesa.
Foram usadas peças de design contemporâneo, como as de Domingos Totora (artesão e designer mineiro). Assinada por ele está uma mesa com apoios que simulam pedras de rio, feitas de forma escultural com papel kraft reciclado e cola, e com tampo em vidro que simula a água.
Segundo Sesso e Dalanezi, a ideia era trabalhar com elementos neutros e, através da produção, ganhar cores. "Mesmo com objetos antigos na decoração, a Casa Cidade Jardim possui ar moderno e automação em diversos ambientes", concluem.