O conhecimento adquirido durante a vivência do arquiteto Naoki Otake no Japão deu vida ao Kinoshita, um restaurante repleto de conceitos da arquitetura japonesa, com leitura contemporânea brasileira. “Todos os elementos arquitetônicos e o mobiliário foram desenhados por nossa equipe com muito carinho e cuidado”, ressalta o arquiteto titular do escritório Naoki Otake Arquitetura + Design.
Após a reforma, a antiga residência ganhou vãos e teve a estrutura reforçada. De acordo com Naoki, alguns pilares precisaram ser eliminados e as empenas, abertas para o exterior. Ele explica que no Japão as casas são compartimentadas, com portas revestidas com papel arroz. “As aberturas permitem a passagem da luz e, ao removê-las, os ambientes se ampliam. Criamos espaços que se interligam de forma fluida e transparente, sempre em contato com o jardim”, explica.
“Utilizamos principalmente madeira, pedras brutas e vidro, em um esforço de trazer as condições da natureza para dentro do espaço”, destaca o arquiteto. As fachadas são compostas por vidro – material que integra interior e exterior –, massa raspada, em função de sua textura e, finalmente, a madeira, o material de maior relevância na arquitetura japonesa tradicional.
O mobiliário foi todo desenhado pelo escritório. “Procuramos linhas retas e proporções esbeltas para dar leveza e empregamos dois tipos de madeira com texturas muito próximas às usadas no Japão”, ressalta. As mesas receberam iluminação focada e cênica.
Naoki destaca o jardim como um dos elementos essenciais na residência oriental. “Como não tínhamos recuo para o jardim, o paisagismo foi conduzido por Gilberto Elkis, sem delimitar o terreno. Concentrado em canteiros, o projeto paisagístico permite que o espaço público e o privado se fundam”, conclui o arquiteto.
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