Cubo espelhado
Texto: Ana Marquez
Instalado em um bosque do Jockey Clube de São Paulo para a Casa Cor 2014, o projeto Bosque 360° foi concebido pelo escritório João Armentano com a proposta de valorizar o local: um espaço aberto envolvido por uma grande quantidade de árvores. Segundo o arquiteto João Armentano, o objetivo era criar um cubo de vidro que permitisse ao visitante fazer leituras do espaço por inúmeros pontos de observação.
Fachada de vidro
As fachadas do cubo foram revestidas com vidro refletivo. Além disso, o vidro foi utilizado nas grandes janelas pivotantes, permitindo a entrada de luz natural no ambiente durante o dia e gerando economia de energia. Como as quatro fachadas foram revestidas com o mesmo material, formou-se um cubo espelhado, capaz de refletir o bosque 360° – daí o nome do projeto.
“Há um domínio total do objeto, que tem as proporções em equilíbrio total com a forma concebida. A oposição entre linhas retas e orgânicas representa a ousadia do projeto”, explica Armentano.
Influência geométrica
A arquitetura do Bosque 360° recebeu influências modernas de linhas geométricas e orgânicas. O cubo com suas linhas retas contrapõem a rampa orgânica da entrada. “Para acessar o cubo, criamos uma rampa de forma orgânica inspirada nas curvas de Niemeyer, que leva o visitante a passear pelo bosque antes de entrar no ambiente”, comenta o arquiteto.
Decoração contemporânea
O projeto de interiores utilizou poucas peças, mas todas minuciosamente selecionadas, de forma a sugerir uma leitura fácil e uma sensação de bem-estar. Com design contemporâneo, elas trouxeram muita elegância e personalidade ao espaço.
Por meio de grandes aberturas de vidro, o jardim se integra ao ambiente, convidando a um passeio com vista de todo o bosque. “Utilizamos espelho nas paredes internas para obter sensação de amplitude e ao mesmo tempo ampliar o alcance do verde presente no bosque. Usamos também revestimento de madeira para aquecer o ambiente”, conta o arquiteto.
Iluminação e paisagismo
O projeto do Bosque 360° conta com iluminação cenográfica e holofotes que criam focos de luz nos pontos que se quer destacar. Já no projeto de paisagismo, assinado por Gilberto Elkis, se escolheu utilizar uma única espécie de planta criando uma mancha verde que abraça a arquitetura. “Com o jardim, reforçou-se tanto a grandiosidade do bosque quanto a arquitetura do ambiente”, finaliza.