Um skyline de alto-padrão com 156 metros de altura, 32 andares, além de subsolos, destaca-se no céu da capital baiana, Salvador. Ele foi projetado para atender a empresas de médio porte – que não demandam lajes muito grandes – na promissora Avenida Anita Garibaldi, que concentra diversos centros médicos e consultórios.
Desde o início, o arquiteto Sidney Quintela, do escritório SQ+ Arquitetos Associados, precisou viabilizar As tulipas auxiliam na manutenção da temperatura interior, diminuindo o consumo de água e energia elétrica Sidney Quintela a altura do prédio na exígua área de 3 mil m², na qual foi construído. Antes mesmo da execução da obra, o terreno em aclive exigiu a escavação de 32 metros de altura, contenção em solo grampeado e projeção do concreto para a execução dos subsolos.
O Vitraux oferece lajes de 12 x 24 m e tem inspiração em princípios arquitetônicos modernistas – muito bem representados pelas imponentes fachadas envidraçadas –, embora adaptados a valorizados parâmetros contemporâneos, presentes em um edifício inteligente. As soluções projetadas pelo arquiteto Sidney Quintelaprimam pela qualidade e pelo conforto, embasadas em tecnologia e conceitos de sustentabilidade, com menor consumo de água e energia elétrica, além da redução de custos operacionais.
Com estrutura convencional de concreto e lajes nervuradas, a face principal está voltada para a nascente. Nas fachadas, brise-soleils de concreto armado foram instalados no prolongamento das lajes, e, entre eles, módulos Structural Glasing otimizam o uso do sistema de ar-condicionado, porque são produzidos com vidros de alta eficiência, responsáveis por barrar 95% dos raios UV. A decisão por um fechamento de vidro – tanto nas quatro fachadas da torre quanto no belvedere, a área comercial existente no térreo – foi tomada a partir da necessidade de um material que oferecesse proteção térmica e transparência.
Os vidros de 8 mm de espessura têm transmissão luminosa de 28%, refletividade luminosa externa de 16% e interna de 17%, transmissão energética de 17% e refletividade energética de 22%. A instalação prevê um sistema de ancoragem preso por vigas, com montagem dos componentes na seguinte ordem: perfis verticais, travessas horizontais e quadros de vidro.
O Belvedere – uma praça pública na base da torre, que abriga lojas, banco e restaurantes – causa impacto visual ao priorizar um atraente átrio envidraçado com pé-direito de 12 m, pela vista privilegiada e pelas soluções tecnológicas aplicadas à construção, como o sistema de água corrente localizado no telhado. São cinco tulipas com estrutura de perfis metálicos tubular preenchidas por vidro verde serigrafado de 14 mm de espessura.
Além de o material apresentar a vantagem de fácil limpeza e manutenção, segurança, personalização e estética, o vidro ainda oferece alto controle solar, pois diminui em 50% a incidência Trata-se do primeiro edifício comercial ecologicamente correto no Nordeste Sidney Quintela direta de luz, atenuando a transmissão do calor. A serigrafia no vidro, feita através de pequenas bolas na cor branca, é imperceptível do interior do Belvedere.
“Essas estruturas embutem a tubulação e garantem o fluxo e a captação de água pluvial corrente nos vidros da cobertura”, explica Sidney Quintela. A água das chuvas é tratada e armazenada em um reservatório, para depois ser usada na irrigação. O arquiteto resume as propriedades das tulipas: “Elas auxiliam na manutenção da temperatura interior, diminuindo o consumo de água e energia elétrica”. Climatizada, a edificação ostenta o mesmo sistema de envidraçamento das fachadas, tirando partido da iluminação natural.
Ainda pensando no conforto térmico, Quintela dispôs escadas e elevadores na face oeste, para proteger as áreas de convivência e o escritório. O elevador pressurizado – cuja caixa em caso de incêndio mantém-se isolada, impedindo que o fogo e a fumaça a atinjam – facilita a rápida evacuação. Com tantos recursos, o Vitraux ainda tira partido da estratégica localização no terreno: ele fica a leste do Belvedere, projetando uma conveniente sombra sobre ele.
“Trata-se do primeiro edifício comercial ecologicamente correto no Nordeste”, declara Sidney Quintela, ao reforçar os atributos sustentáveis da obra: “Seguimos atualizados padrões de preservação e respeito ao meio ambiente ao adotar procedimentos como reuso da água das chuvas, captação de energia solar e otimização do consumo de eletricidade, além de coleta seletiva de lixo”.
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