O número 66 da rua Fernandes Guimarães, no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro, abriga um charmoso sobrado de 140 m² onde está instalado o CoLAB, um estabelecimento que funciona tanto como café quanto como bar.
Em 2016, ele foi reformado pelo escritório MZNO [arquitetura], passando a chamar a atenção por sua linguagem industrial, tonéis de cerveja, luminárias e tubulações e instalações aparentes em meio a uma área residencial.
Do conceito à execução, o que inspirou as arquitetas Michelle Jagger e Natalia Schmidt foi a estrutura do prédio, que antes servia de abrigo a uma oficina de motos. Assim, elas decidiram manter a grande abertura frontal, uma porta metálica de rolo e todo o piso de cimento no novo ambiente.
“O proprietário queria que o estabelecimento fosse a extensão da rua. Um local livre para viabilizar e incentivar a produção artesanal local, transmitindo ao cliente a real sensação de estar em um laboratório na ‘garagem de casa’”, comentam as profissionais.
O layout do CoLAB foi organizado em três pavimentos. No térreo está o atendimento ao público, com salão e bar. Já o primeiro andar foi reservado para as atividades privadas, com uma cozinha colaborativa, estoque e escritórios. E no segundo pavimento está a microcervejaria artesanal.
Como o interior do projeto é estreito e profundo, a entrada principal foi mantida, e os vãos laterais foram demolidos para ampliar o espaço. Essa solução permitiu integração com a área externa, onde estão os banheiros e uma escada de acesso aos pavimentos superiores.
Já o corredor lateral foi substituído por uma parede de blocos de concreto vazados, o que aumentou a comunicação visual interna e externa, além de organizar melhor o mobiliário.
A antiga fachada azul royal também passou por mudanças e ganhou nova coloração: metade cinza e metade branca.
O forro do térreo foi retirado e deixou as vigas de madeira aparentes. “Decidimos manter apenas o recorte original e daí nasceu o monta-carga manual. Através de uma roldana, corda e gancho, ele leva os produtos para o primeiro pavimento. Foi uma criação rápida e prática para o dia a dia”, conta Jagger e Schmidt.
Mas a reforma no térreo não parou por aí. Uma parede foi descascada e seus tijolos aparentes receberam lâmpadas tubulares que simulam uma escada que sobe para os outros dois andares.
O mobiliário do CoLAB atende confortavelmente ao fluxo de clientes e suas diferentes ocupações. As mesas foram desenhadas com estruturas de ferro e um tampo com mosaico de cerâmica branca e verde – esse detalhe remente à identidade visual da marca.
Quando unidas, as três mesas no centro do salão formam uma grande mesa coletiva e promovem interação e integração entre o público. Balcões altos com mesas retráteis também foram utilizados para flexibilizar a ocupação no estabelecimento.
Na parede de azulejos atrás do bar, foram instaladas estantes com cremalheiras para as garrafas, cafés e outros utensílios, e também ao longo do salão, servindo como vitrine dos produtos artesanais.
A decoração caracteriza-se pelos materiais minimalistas como azulejo, madeira pinus e cimento, além de plantas nas espécies cactos e suculentas que foram espalhadas pelos ambientes para pontuar um estilo nórdico.
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