Escritório com luz própria
Texto: Nathalia Lopes
Estampada no logotipo do site Letras, a estrela foi o ponto de partida para o escritório Mach Arquitetos projetar a nova sede da empresa, localizada em Belo Horizonte (MG).
“Realizamos uma série de estudos e protótipos até chegar na versão final dos forros em formato de triângulos cheios e vazados”, comenta Fernando Maculan, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto arquitetônico. A concepção também foi cuidadosa, a começar pelo fato de que os mais de 30 km de mangueirinhas de PVC foram trançados manualmente por uma família de artesãos locais.
O resultado cobre boa parte dos 500 m² de área planejada e recepciona com descontração os colaboradores e visitantes que vão ao escritório do maior site de música do país.
Materiais-chave
“Além da referência geométrica, o briefing sugeria certa ambiguidade em relação às ambiências: sofisticada e divertida; despojada e organizada; madura, mas ao mesmo tempo colorida e leve”, conta Maculan.
Isso implicou na utilização de dois materiais que se contrapõem. De um lado está a madeira em painéis lisos, utilizada nos espaços fechados, enquanto as mesmas mangueirinhas de PVC dão vida a divisórias nas áreas de trabalho e descompressão. Os dois elementos só encontram um ponto em comum quando o assunto é oferecer maior conforto acústico para o espaço.
Continuidade visual como mandamento
O escritório se divide em três alas, que abrigam os espaços administrativos e salas de reuniões ( mais compartimentados para maior privacidade); as estações de trabalho, reuniões informais e recepção (ao centro); e os espaços de alimentação e descompressão, que contam com o terraço-jardim como extensão natural, para qual foi criado um acesso que antes era inexistente.
O projeto de arquitetura integra as três cores bases da comunicação visual do Letras: laranja, roxo e verde, esta última fragmentada em vários tons, como uma continuidade cromática em relação aos jardins presentes em toda a face sul do escritório.
Uma das salas de descompressão conta com a vista privilegiada para a cidade Foto: Gabriel Castro
Todo o escopo privilegia a transparência e a fluidez visual – vertentes culturais da empresa guarda-chuva Studio Sol, que também é detentora do Cifra Club e Palco MP3 – que facilitam a comunicação entre os quase 60 colaboradores.
Integração de arquitetura e iluminação
“No universo do Letras, que inclui música, constelações, padrões gráficos e tipografia, o lighting design teve um papel importante na integração da arquitetura à iluminação natural”, explica Mariana Novaes, da Atiaîa Lighting Design, empresa que elaborou o projeto luminotécnico.
Dentro da proposta de transparência e continuidade visual, os forros ocupam a espacialidade da área de trabalho, privilegiando a leitura do espaço na visão periférica. “No forro, a iluminação linear de trabalho com difusor recuado é integrada entre os módulos triangulares, e perfis de LED para iluminação indireta destacam o desenho e o material de alguns módulos, criando uma textura irregular de luz e sombra, além de colorirem a laje nervurada e suas instalações de verde e projetarem sombras das mangueiras”, explana Novaes.
Espaços menores, como os administrativos e de reunião, recebem iluminação homogênea por meio dos discos luminosos distribuídos de maneira intuitiva no forro acústico de madeira. ”Já a área de descompressão tem destaque devido aos letreiros luminosos que compartilham com a equipe os títulos e as letras das músicas mais acessadas dos diferentes gêneros musicais acolhidos pelo site”. Além de divertido, os letreiros criam efeitos de luz e cor dinâmicos que servem de pano de fundo para a área de copa e vídeo game.
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Questtonó, do Studio dLux
Udacity, do Provecto