Comércio de Santo Amaro inspira projeto
Texto: Ana Marquez
Os arquitetos do escritório Olegario de Sá e Gilberto Cioni Arquitetura e Interiores criaram para o projeto Shopping Largo XIII um novo conceito ao trazer o comércio popular para dentro de um ambiente mais organizado e confortável. “Como a construção foi feita para atrair as lojinhas de rua, em vez de apenas adaptar um shopping convencional para o comércio popular, fizemos o caminho inverso”, comenta o arquiteto Eduardo Nestal.
Localizado em Santo Amaro, São Paulo, o empreendimento conta com 17 mil metros quadrados de área locável e cerca 400 operações, o dobro de um centro comercial tradicional. “O desafio era oferecer oportunidade para que os comerciantes tivessem espaço para abrir seu negócio dentro do shopping”, relata.
Objetivos seguidos
Os idealizadores da obra pensaram desde o início em um layout que pudesse atender os mais variados tipos de comercialização. Além de trazer os comerciantes das imediações para o novo centro de compras, o local deveria ainda disponibilizar espaços para lojas de maior porte, transformando-se em um atrativo para a região.
O shopping foi construído de forma pouco usual. Possui área convencional para grandes operações e o restante do espaço é dividido em módulos, de apenas oito a dez metros quadrados, alugados por um preço fixo de R$ 3 mil.
Fachadas coloridas
Desde a logomarca do shopping até a paginação do piso, o forro e os detalhes da fachada têm a mesma linguagem visual, inclusive com relação às cores do empreendimento.
As fachadas em alvenaria utilizam uma diversidade de cores, mas sem desvirtuar a identidade da marca. “Queríamos um design que fosse inserido na região sem causar impactos, sendo bem-aceito pelo entorno”, conta Eduardo Nestal.
Soluções de layout
A fórmula que combina grandes redes varejistas com lojas menores foi inspirada em um empreendimento gaúcho. Trata-se de um centro comercial feito sob medida para a nova classe média brasileira, a classe C. A idealização é ter uma oferta de produtos no perfil do consumidor local.
A disposição dos ambientes é simples. Praça de alimentação com mobiliário prático e simples, porém com acabamento acústico. Lojas com método construtivo otimizado, desde a fixação dos itens de estrutura metálica e vidros até as respectivas modulações das lojas.
“Essas modulações visam, nos casos de incorporação das lojas, um sistema funcional no qual as adaptações das obras dos lojistas ocorressem de maneira eficiente e rápida. As dimensões das vitrines, os perfis de fixação e as eletrocalhas das instalações de elétrica foram projetados para os mais variados tipos de comercialização”, finaliza Eduardo.