Espaços contínuos
Texto: Ana Marquez
Com contornos de um prisma de concreto aparente, o Atelier Gael foi desenvolvido em 2014 pelo escritório argentino Estudio Moirë Arquitectos. O espaço – implantado no fundo de um lote em Mar del Plata, na Argentina – conjuga harmoniosamente com um pátio e com uma segunda construção, que abriga uma residência de dois pavimentos.
“Trata-se de um local onde é possível exercer múltiplas atividades complementares de habitação. O nosso objetivo na escolha do formato do projeto foi apresentar um significado de totalidade e de unidade”, explica o arquiteto Eugenio Picturico.
Premissas arquitetônicas
O desenvolvimento do projeto arquitetônico seguiu três premissas: transformar o projeto de paisagismo já existente, recuperando sua aparência; realçar o jardim como um espaço que demarca o ateliê e a residência; e utilizar a melhor orientação solar possível.
A intenção era fazer o Atelier Gael refletir a passagem do tempo. Durante o dia, por exemplo, o projeto ressalta o significado de unidade e totalidade através da neutralidade da fachada, criando um contraste de luz e sombra entre a expressividade do concreto e o aconchego da madeira.
Programa flexível
Inserida em um lote de 12 x 30 m, a construção tem programa flexível, que inclui dormitórios (inclusive para hóspedes), oficinas e uma área com expansão para churrasco. Todos os quartos têm vista para o jardim, gerando uma relação entre a casa, o pátio e o ateliê.
A construção do pátio fez com que o perímetro exterior do ateliê se tornasse maior, o que gerou ventilação cruzada nos espaços internos. Além disso, os arquitetos descontruíram os limites entre interior e exterior, promovendo a apropriação de ar livre e enriquecendo os ambientes internos com luz natural.
Predomínio de concreto
Largamente utilizado no projeto, o material traz expressividade para o Atelier Gael, que é concebido como um todo: interior e exterior. O material foi escolhido por razões estéticas e por sua qualidade, permanecendo conservado ao longo do tempo.