Arte urbana transforma São Paulo em museu a céu aberto

Intervenções no espaço público convidam população a interagir, como nas obras do designer Hugo França e do artista Eduardo Srur
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Obra de Eduardo Srur na Marginal Pinheiros – Foto:
Divulgação

Redação Galeria da Arquitetura

São Paulo é referência
mundial quando o assunto é arte urbana. Conhecida por seus espaços
públicos repletos de intervenções, a cidade é como uma galeria a céu aberto. 

Pensando em aproximar
a cultura ao dia a dia dos paulistanos, seus autores quase sempre criam obras interativas,
que oferecem à população a possibilidade de participar do universo lúdico das peças. 

Um exemplo são os
móveis criados pelo designer Hugo
França
e as instalações
propostas pelo artista plástico Eduardo
Srur
. A Galeria da Arquitetura
conversou com eles, e descobriu mais sobre a linguagem e a interatividade de
suas obras. Confira abaixo! 

De encontro com a arte 

Quem passa pelo bairro
de Pinheiros, na zona oeste paulistana, certamente já se deparou com um banco
de madeira
gigante instalado desde 2015 no meio do Largo da Batata.
Assinada por França, que é conhecido como “escultor de árvores”, a obra mede 7
m de comprimento, pesa 7 toneladas, e foi produzida com o tronco de um
eucalipto que havia tombado no parque Ibirapuera. “O objetivo da obra é levar
arte, design e educação ambiental à população. E o espaço público é excelente
para isso”, conta o designer.

Banco no Lago da Batata desenhado
por Hugo França – Foto: André Godoy

Para Srur, famoso
por intervenções que abordam questões ambientais, a arte pública amplia o
olhar crítico da população sobre a cidade. “As obras saem do museu e vão de
encontro ao cotidiano das pessoas que estão nas ruas. Oferecem um contato
direto, sem barreiras, disseminando o pensamento, a percepção e a reflexão”, explica.

Exposição de garrafas pet
gigantes, nas margens do rio Tietê. Obra de Eduardo Srur – Foto: Divulgação

Olhar artístico e social 

Pets é o nome de
uma imensa intervenção feita por Srur, no ano de 2008. Vista por mais de 60
milhões de transeuntes, a obra reforçou a importância da reciclagem a partir da instalação, nas margens do rio Tietê, de dezenas
de garrafas pet gigantes. “Foi um trabalho que despertou a atenção da
população. Cada obra minha oferece um olhar diferente para o espaço público”, acrescenta
o artista. 

Hugo França
acrescenta que a arte pública sensibiliza
a opinião pública sobre questões de sustentabilidade, e pode aproximar governo
e iniciativa privada, como é o caso de suas obras, que utilizam madeira de
descarte para a criação de mobiliário urbano.

Consciência ecológica 

Srur conta que um
de seus objetivos é gerar um “curto-circuito” na maneira como os habitantes da
cidade veem as artes plásticas e o
que elas representam. “É como chacoalhar a realidade em que a população vive. Quero
que as pessoas enxerguem o mundo de um jeito diferente”, revela.

Intervenções urbanas de Eduardo
Srur em São Paulo – Foto: Divulgação

Para França, o objetivo é despertar a consciência ecológica
nos moradores da cidade, por meio de obras que preservam as formas e texturas da
madeira. “Trabalho com a mínima interferência na matéria-prima,
justamente para manter as características naturais da lenha. O público entende
a obra e sente a árvore, mesmo depois de sua transformação”, conclui.

 Mobiliário urbano de
madeira, em São Paulo, criado por Hugo França – Foto: André Godoy

 

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